Que em mim atiraram,
Fiz meu caminho das pedras.
Com todas as penas
A que me designaram,
Fiz minhas asas.
Com todas as feridas
Que em mim foram abertas
E vivas,
Abri minha tez
Para o amor dar entrada;
Para o amor dar entrada;
Me dilacerei,
Me dilatei
Para a minha carne ser rebentada.
Com todos as chaves
Que me trancafiaram
- Trancaram e enfiaram -
Fiz a peça-chave com que abri
Janelas, portas, frestas, gaiolas...
A mim;
Me fiz ave.
Com todos o cadeados
Que me encadearam,
Fiz minha ser desencadeada.
De todos os fardos
Que me enfardaram,
Que me fardaram,
Fiquei farta;
Com todo o enfado
Que me enfadou,
Me fiz fada.
De todo o fastio,
Fiz fatia,
Fiz festa.
- Júlia S.
"Quem não se movimenta não sente as correntes que o prendem"...
Me dilatei
Para a minha carne ser rebentada.
Com todos as chaves
Que me trancafiaram
- Trancaram e enfiaram -
Fiz a peça-chave com que abri
Janelas, portas, frestas, gaiolas...
A mim;
Me fiz ave.
Com todos o cadeados
Que me encadearam,
Fiz minha ser desencadeada.
De todos os fardos
Que me enfardaram,
Que me fardaram,
Fiquei farta;
Com todo o enfado
Que me enfadou,
Me fiz fada.
De todo o fastio,
Fiz fatia,
Fiz festa.
- Júlia S.
"Quem não se movimenta não sente as correntes que o prendem"...
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