Para me sentir apegad@.
Mas qual seria ela, "salve-salve"?
A minha pátria é o meu prato.
Pátria que pretendo colorir
De trabalho -
Pátria que eu pretendo beber,
E não que me tome para morrer
Afogad@.
Que não me sugue o sangue e suor,
Que não me seque embriagad@.
Pátria que seja o meu pasto,
E que não me faça de gado energúmeno
E marcado.
Pátria em que eu pretendo não me ferir
Se espetar o garfo.
Que a colher não cave um buraco.
Que a colher não cave um buraco.
Pátria que não parta se passar a faca.
Pátria que depois do meio-dia não vomita -
Em minha cara -
Um nada.
Um nada.
Mas a minha pátria é mais que água e pão.
É o meu pai. É a minha "pãe".
Pátria que me pariu,
E que continua parindo a cada dia
Ou instante,
Para me manter,
Pare elefantes.
Essa minha pátria...
É incessante -
Devora leões,
Mesmo que a seco.
Pois foi no seco
Do choro estridente
Que a minha pátria viu
Eu me tornando gente.
E foi no seco de gentilezas
Que virei indigente.
Pois quem me sente?
A minha pátria?
Faço da minha pátria
Da mesma maneira que me faço.
Faço da minha pátria o meu peito
Em sacrifício,
As minhas mãos em ofício,
As minhas lágrimas no omisso...
Afinal, quem nunca chorou pela pátria?
E a pátria chora por mim?
Chora lágrimas de suor...
Chora o meu corpo, chora outro
Que poderia ser a minha pátria:
O sol!
Meu, mas de todos...
A minha pátria não será essa bandeira.
Não enquanto não me der bandeira.
Nem cartaz.
Pois isso sou eu, O POVO,
Que faz.
Minha pátria não é só um braço forte,
É uma mão sensata!
De mim não dou (nem arredo) o pé,
Tampouco a alma.
Minha pátria é a camisa que visto -
Aquela suada!
A minha pátria está nua,
Pois mostro a minha cara!
- Júlia S.