quarta-feira, 31 de julho de 2013

Juízo

Pois é você 
Que me tira
O juízo.
Pois é por você
Que eu tomaria
Juízo.

Devolva-me,
Tomo-o de volta,
Tomo o seu pedido,
E juro(?) tomar esse tal
De juízo -
Até o juízo final
Te tomo comigo,
Bem ou mal...

Mas leve essa tomada, leve...
Em bom sentido;
Cuidado com o choque
Em me tomar:
Não me tome,
Apenas beba!
E eu tomo juízo.

Apenas não o me tire mais,
Tenha pena!
E o tenha...

Não tomo a altura do tombo.
Não tiro a altura de onde me atiro -
Quando eu me embriagar de tanto 
Que tomei (ou secar de ser tomada)...

Não terei mais esse juízo;
Não terá remédio para ressaca.

Não tomarei comprimido.
Nem mais nada.

Eu vomito.
Por porre.
Por náusea.
Por antídoto.

Porra de juízo!

Quero mais um gole,
Um porre federal!
No juízo final,
Tomo meu Engov...


- Júlia S.



terça-feira, 23 de julho de 2013

Canção de Bissexual

Juntando essas palavras,
Garotas e garotos...
Até parece mais um clichê,
Falando da interação, 
Do puro prazer,
Entre os divergentes sexos, 
De forma tão juvenil...
Mas falo de maneira assim, 
Um pouco mais sutil, 
Para dois, para duas,
Para um, uma...
Para mil.
Para mim.

Não meu, 
Nem minha,
Apenas para mim...

E eu posso até partir,
Mas não há como parar,
Para mim.

Não há como parar
As minhas narinas,
Que sugam o cheiro
De ferormônio sem jeito
Deles;
Que suavizam sua aventura
Na doçura do perfume
De perfeição delas.

Não há como parar
As minhas pernas.
Que bambeiam com eles
Quando se expõem;
Que se asseguram com elas,
Que me seguram em seus abraços
E colocações.

Não há como evitar aquele beijo com A
De amassado, e aquele outro mais molhado.

Não posso repreender essa mania de ter um Q
Disso ou daquilo.
Não pode ser
Parado, nessa magia de achado X.
Ou Y.

Não há como não me contagiar
Com aquele pedido
De segunda,
Ou com aquele de que faça da primeira
A última.

Não há como dar ultimato,
Ou escolher entre as opções
Uma única.

Enquanto eles são uns cachorros
Lhe mostram o prazer do efêmero
Mais intenso, apático e patético -
Dormem, comem e fazem banzé;
Elas são raposas -
Cative-as se puder.
Responsabilize-se,
Se quiser.

Eu quero tudo, todos
E todas.

Que gostam de ser moleques,
Que gozam em ser mulheres.

Eu quero o tesão e o desejo,
Eu quero o afim e o afeto.
Eu quero a noite inteira, ou a vida 
Por um completo tão incerto.
Enfim, tão justamente,
Eu os quero.

Entre amores e amoras,
Bananas e cerejas,
Se for amoral,
Que seja!




- Júlia S.

quinta-feira, 18 de julho de 2013

Enquanto Você Viaja...

Enquanto você viaja,
Seu desdém e descompasso,
Nem sonha em ser passagem.

Viagem?

Cuidado, meu bem;
Mal sabes, já peço,
Não me venhas com desdém.

Viagem!?

Enquanto assim me encaras,
Com cara de paisagem...
Eu vou pintando as minhas:
Cara e paisagem,
De expressão e cenário -
Chata essa coragem.

Vou pintando de suor e sangue
Essa natureza, esse asfalto...

Natural e banal,
Mas se desfaça 
Do descompasso
Dessa imagem.
Não a mereço,
Triste reles.

Pois de tanto viajar,
Não estás na minha pele -
Que soa! Que ecoa! Que sua!
Tua?
Tão propriamente minha...

Pode ser mais um corte,
Mas cuja dor não é o
Bastante forte...
Então, não estás
Nessa carne
Sem sorte 
E nua!

Não estás em meu corpo -
Que encorpora a luta!

Não estás em minha garganta -
Que é grande e garante que grita!

Aliás, que a verdade seja dita...
Nesta última
És apenas mais uma,
Entre outras
Engolidas.

Não estás em minhas mãos em punho -
Pois as tuas não me deras,
Eu presumo.

Meu bem,
Não estás em minha mente -
Que anseia.
Não estás do meu lado:
DE ESQUERDA!

E então, como dizes isso?
Se em minha viagem não
Se assenta...

Como dás asas à minha imaginação?
Se não estás nos meus pés no chão...
Se as minhas asas da liberdade,
Foram deliberada e debilitadamente
Cortadas, e desde então só sobraram penas...

Não me assento nem sinto onde sentas...

Não imagino!
"Apenas", 
Olha lá,
Idealizo!

Não viajo!
Eu vivo...
Eu faço.
Não vazo.


- Júlia S.




sexta-feira, 12 de julho de 2013

Folhas, Páginas e Papéis

Compro e não o pago,
Não o tomo como vendido.

Passo as páginas
E não termino o livro.

Gravo o grave e a greve 
Na memória,
Aquilo que em escritório e (ex)critério
Não foi escrito.

Grifando-o mais gritante impossível,
Aquela entrelinha do subentendido.
Surpreendido.
Tal sustento, em SOS substituído
Pelo subsídio de fato substancial.

Entrelinhas estrelando...

Atrelo, trelo, tenho (n)esse treco
Teatral.

Tenho livre por simples livro.



- Júlia S.




quarta-feira, 3 de julho de 2013

Nocividade

Eu não quero apenas a minha liberdade individual de fumar o que eu bem querer. Eu quero a liberdade geral, de viver. Mais que o uso da própria erva, a sua criminalização é nociva.
É nociva para a periferia - para o trabalhador que leva bala perdida; ou para o jovem que se vende para o tráfico, para o crime, violência e morte. Ou nem se vende, mas nasce condenado, e morre.
É nociva para as mães. Não aquelas que tiveram a maior decepção do mundo ao descobrir que seus filhos "iam ali" para fumar. Mas aquelas que também escutaram que seus filhos "iam ali", mas nunca mais os viram voltar.
É nociva até para um usuário, burguês, livre da violência. Mas não da ilegalidade. Traficante precisa de ética? Quem se importa, se nela, tiver até crack? Ninguém será responsável por esse "controle de qualidade".

E quem financia isso tudo?
Não sou, nem el@s, nem você.
É o policial e político corruptos.

Quem chefia o tráfico?
O traficante.
Mas não chefiaria, se por
Algum "homem da lei" ou governante
Fosse bancado.

Eles não precisam dessa propina.
Mais fácil a minha avó precisar da erva,
Para medicina.


- Júlia S.

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terça-feira, 2 de julho de 2013

Egocentrismos, Achismos, Mais Ismos & Cismas

Não, eu não me amo.
Apenas amo o essencial.
Tampouco me permito um
Achismo de ser a tal.
E uma vez amando o essencial,
Justamente amo ter essência;
Considerando sua qualidade
De quaisquer, é especial.
Não amo ser especial, apenas
Amo a especialidade.

E não amo o espelho.
Apenas amo a verdade;
De cada cravo ou espinha,
De cada rosa ou espinho,
De cada caco ou sangria.

Não amo a minha imagem,
Apenas amo o reflexo
Que decodifica a morbidade
Em fantasia sem figurino,
Apenas uma mobilidade
Figurinista de seu caminho
Figurante.

(Sou a última gota d'água,
E mais uma entre o mar...
Mas não sou o último refrigerante)

Não amo ser figura,
Qualquer uma, estampa 
Estereotipada.
Pois não sou textura em 
Palavras tão ilustres,
Que não possam ser ilustradas.

Não amo o meu sorriso,
Adoro mesmo é a minha
Gargalhada.

E se você acha que eu me acho
A Lua, jamais irei provar isso
Dançando uma possível brancura
Numa rua esburacada,
Toda nua e declarada...
Mas sim, eu sou lunática.

Jamais centrista,
Se tenho um lado para curtir
Minhas idas, sem ser assim,
Egoísta.

Não quero ser egocêntrica,
Se posso simplesmente ser
Essência.


- Júlia S.