segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

Eu, Meu Corpo

Meu corpo, minhas regras -
Ainda que desregradas.
Meu corpo, eu imponho
O limite -
Que este seja o céu.
Mas só entra com convite;
Pois é meu corpo, minha casa -
Ainda que de portas abertas,
E também as janelas que a entrada
Da luz permite.
Meu corpo, minha fresta
Quiçá penetrada,
Mas que não aceita penetra -
Apenas permeia
Por noites 
Ou dias
Alfo/euforia. 
Meu corpo, meus dentes -
O sorriso de regozijo
Ainda é lançado como feroz mordida.
Meu corpo, minhas garras -
Das coisas pequenas me desgarram,
O que vale a pena agarram.
Meu corpo, eu o resolvo -
Sem equações, fórmulas precisas,
Teoremas ou receita
De bolo;
Pois meu corpo, tenho ciência,
Não é trabalho científico -
É minha essência.
Meu corpo, minha tez nua -
Não é da conta sua
Ou do capital/comercial.
Meu corpo, não peço desculpa -
Mando:
Desocupa;
Pois meu corpo, não o culpo -
O ocupo.
Meu corpo, meu senso -
Sem censo alheio,
Sem censura.

Meu corpo, eu o defino -
Não defino,
Não definho.




- Júlia S.

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