quinta-feira, 18 de julho de 2013

Enquanto Você Viaja...

Enquanto você viaja,
Seu desdém e descompasso,
Nem sonha em ser passagem.

Viagem?

Cuidado, meu bem;
Mal sabes, já peço,
Não me venhas com desdém.

Viagem!?

Enquanto assim me encaras,
Com cara de paisagem...
Eu vou pintando as minhas:
Cara e paisagem,
De expressão e cenário -
Chata essa coragem.

Vou pintando de suor e sangue
Essa natureza, esse asfalto...

Natural e banal,
Mas se desfaça 
Do descompasso
Dessa imagem.
Não a mereço,
Triste reles.

Pois de tanto viajar,
Não estás na minha pele -
Que soa! Que ecoa! Que sua!
Tua?
Tão propriamente minha...

Pode ser mais um corte,
Mas cuja dor não é o
Bastante forte...
Então, não estás
Nessa carne
Sem sorte 
E nua!

Não estás em meu corpo -
Que encorpora a luta!

Não estás em minha garganta -
Que é grande e garante que grita!

Aliás, que a verdade seja dita...
Nesta última
És apenas mais uma,
Entre outras
Engolidas.

Não estás em minhas mãos em punho -
Pois as tuas não me deras,
Eu presumo.

Meu bem,
Não estás em minha mente -
Que anseia.
Não estás do meu lado:
DE ESQUERDA!

E então, como dizes isso?
Se em minha viagem não
Se assenta...

Como dás asas à minha imaginação?
Se não estás nos meus pés no chão...
Se as minhas asas da liberdade,
Foram deliberada e debilitadamente
Cortadas, e desde então só sobraram penas...

Não me assento nem sinto onde sentas...

Não imagino!
"Apenas", 
Olha lá,
Idealizo!

Não viajo!
Eu vivo...
Eu faço.
Não vazo.


- Júlia S.




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