Não, eu não me amo.
Apenas amo o essencial.
Tampouco me permito um
Achismo de ser a tal.
E uma vez amando o essencial,
Justamente amo ter essência;
Considerando sua qualidade
De quaisquer, é especial.
Não amo ser especial, apenas
Amo a especialidade.
E não amo o espelho.
Apenas amo a verdade;
De cada cravo ou espinha,
De cada rosa ou espinho,
De cada caco ou sangria.
Não amo a minha imagem,
Apenas amo o reflexo
Que decodifica a morbidade
Em fantasia sem figurino,
Apenas uma mobilidade
Figurinista de seu caminho
Figurante.
(Sou a última gota d'água,
E mais uma entre o mar...
Mas não sou o último refrigerante)
Não amo ser figura,
Qualquer uma, estampa
Estereotipada.
Pois não sou textura em
Palavras tão ilustres,
Que não possam ser ilustradas.
Não amo o meu sorriso,
Adoro mesmo é a minha
Gargalhada.
E se você acha que eu me acho
A Lua, jamais irei provar isso
Dançando uma possível brancura
Numa rua esburacada,
Toda nua e declarada...
Mas sim, eu sou lunática.
Jamais centrista,
Se tenho um lado para curtir
Minhas idas, sem ser assim,
Egoísta.
Não quero ser egocêntrica,
Se posso simplesmente ser
Essência.
- Júlia S.
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