quarta-feira, 5 de junho de 2013

Lhe Era Próprio

Bebia para viver
Cada último, penúltimo
Ou antepenúltimo instante;

Ficava sóbria para falecer
Em cada mais um segundo
Obstante.

Se descobria em cinzas
Mórbidas;
Se coloria em tintas
Lógicas;
Mas nada pinta em
Cores óbvias.

Se pintava para ser
Mais uma máscara disfarçante 
E divulgada
Por uma extraoficial beleza;

Se deslambuzava para conceder
Mais uma cara trajante
E ultrajada
Por qualquer oficial
Peleja.

Se despia e se sentia,
Seu corpo, sua pele
No fogo de um arrepio;

Se vestia e obtinha
Dos outros um reles,
Um tolo elogio (?)
Como quem a elege
Por uma tez 
Sem brilho,
Tez por tecido
Pela sensatez por
Um fio
Áspero ou macio?

Direcionado, mas sem sentido.
Com força, mas anulado.

Tinha um copo
Cheio, pois
Estava cheia do vazio.

Era sucinta,
Por se assustar
Com o suscetível...

E deliberava,
Para não debilitar-se
Sob o delírio.


- Júlia S.





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