quarta-feira, 12 de junho de 2013

Essa (Não) É pra Você

Ei, você aí,
Que comprou o seu carro
Quitado
4x4
Parcelado,
Cada tostão
Suado,
E agora se refresca
Em ar-condicionado;
Não, não é para você.
Sinto muito pelo trânsito
Em transe transtornado,
Se vai a castigo de seu ordenado
Por caminho infernizado
Por buzinas e pneus queimados.
Essa não é para você,
Sinto muito pelo fumacê,
Por esse rotulado "vandalizê".

Ei, você aí,
Que paga cursinho,
Que brinca de burguesinho,
Que se passar vai ganhar
Aquele carro zerinho,
Que quer fazer medicina,
Direito, ou engenharia -
Igual ao papaizinho;
Mas essa não é para você,
Sinto muito,
Meu caro
Mauricinho.

Ei, você aí,
Com PLENO direito de ir e vir,
Sem haver alguém para te violar
Ou invadir;
Não exposto a uma violência
Cotidiana, como seu usual
Carimbado em sangue souvenir; 
Sua macheza colocada como pingos
Nos i's;
Mas isso, isso não é
Para ti.
Sinto muito,
Meu bibi,
Pela igualdade
Assim e sem
Enfins,
Afins e
Sem fim;
Por quem for,
Por mim.

Ou nem sinto,
E daí?
Sinto, mas
A sorrir.
Achismo, a persentir,
Eu te sinto -
Mas sucinto,
Sinto muito,
Por ressentir.
Por quem for,
Por ti.


- Júlia S.









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