terça-feira, 14 de maio de 2013

A Causa

E ela casou.
Casada com a sua causa.
Seu chão, seu céu, sua casa.
Era isso, assim, sua causa.
E ela causou.
Causou com a sua causa.
Que deixou de ser simplesmente 
Algum objetivo com causa,
Para ser causada com objetivo.
Cavava
Cada vez mais fundo
A sua causa, 
Mas não enterrava.
Ou soterrava.
Ou sepultava.
Jamais.
Abraçava sua causa.
E sua causa abraçava sua alma
Uma vez causada.
Vestia a camisa de sua causa.
Mas tirava a blusa,
E rasgava a calça.
Era uma rebelde com causa.
Despida de preconceito,
Despida de uma roupa para causar,
Apenas vestida e revestida por sua causa.
Uma roupa, uma
Capa, uma casca
E um interior, um miolo
E uma alma de causa.
Uma vestimenta não casual.
Uma causa.
Uma causa que tinha uma cara.
Uma causa que não é cara.
Mas uma "minha cara, a causa..."
Uma causa em massa.
Mas que não é de uma massa, é
De um, do povo.
Uma causa que tem espírito,
Corpo e cara.
Uma cara pintada, mas sem
Máscara.
Uma causa que não cala.
Uma causa da paz, mas inquieta,
Uma causa sem calma.

Uma causa perdida (?)
Uma causa perdoada.
Ou que perdoa.

Não uma causa abstrata, não uma coisa. Uma causa em pessoa.
Uma causa em poesia. Uma causa sem porém, mas com todavia. 
Uma causa para toda a vida, uma causa de vidas.


- Júlia S.


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