terça-feira, 21 de maio de 2013

Meu Brasil Brasileiro

E aí te pergunto, meu caro,
Se tu amas o Brasil? 
Esse país tão complicado,
Tão incomum...
E cujo amor, ou amores
Por ele é algo tão subjetivo,
Já para alguns 
Um sentimento com objetivo...

Algo assim como seu povo,
Tão distinto.
E assim vai, misturando
Entre pessoas e opiniões.
Patriotismos e paixões.
Enganos e desilusões.


E então, mudo a pergunta:
Você ama O BRASIL,
Ou ama isto ou aquilo?
Ama o que planeja para este país,
Sonhos mil?

Ama teu país?
Ou algo nele em especial?
Ama sua diretriz,
Suas causas para território nacional? 

Se você ama a democracia,
A liberdade de expressão,
Ou quem sabe a economia...
Sinto muito, mas seu amor está fardado.
O seu Brasil, é um pobre país vetado.
Ou quiça,
Você usa terno e gravata.
Mas deve amar mais o exterior,
Onde tem conta e e dá uma passeada.


Se você ama o samba,
Essa exótica diversidade,
Ama o carisma brasileiro,
Futebol, caipirinha, praia, sol e as
Nossas beldades.
Então, das duas uma:
provavelmente você "Ama o BRASIU"
Ou "Love BRAZIL".

Quiça só ame o Rio de Janeiro,
Na Zona Sul.
O resto, é resto...
O resto é um cu
Que não faz parte do corpo.
Só da merda
Dos outros.

Mas é esse mesmo resto
Que canta feliz da vida,
Os hits do sucesso.
Algo assim, como
Ai Se Eu Te Pego
(Pobre Tom Jobim!)

E ninguém se apega...

Mas não é assim que se escreve,
Brasiu ou Brazil.
Se escreve BRASIL.
E não se esconde nas entrelinhas
Ideologia, direitos, povo, igualdade, sabedoria...
Entre outras palavrinhas.
Enquanto censura meros palavrões,
Os mesmos que nos cospem
Enquanto faturam mais alguns milhões.
E outros não usufruem alguns milhos
Das plantações.

E se você assim sabe nosso país escrever
E mais: o sabe ler, contextualizar e entender;
E assim quer continuar essa redação,
E incluir nessa escrita toda uma nação,
Você sim,
O ama!

Sabes que é o nosso Brasil brasileiro.
Mas não há de se conformar
Com esse rascunho em letras legíveis
Que nos cuspiu, 
Essa pátria que nos pariu.

Salve o Brasil,
Salve os brasileiros.
Sem cegueira, sem distinção,
Sem preconceitos.
Sem alienação.

Dizem que não somos censurados?
Talvez porque não precisa vetar
Um povo castrado.

E salve não aquele(a)
Que tenha a cara do Brasil,
Talvez uma (gostosa) mulata...
Mas salve um Brasil
Que tenha todas as caras,
A nossa cara.

Com seus amores,
Não inquestionável passionalidade 
Por cima das dores.


- Júlia S.




Que país É este, Graúna? 
...
Como de costume, eu usando da arte de Henfil, o filho do Brasil.

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