sábado, 18 de maio de 2013

Sistematizando

O meu Estado é o meu estado
De espírito.
E como diria o poeta,
O progresso da minha nação,
São os cacos sendo colocados, recolados,
É simplesmente a união.

E se eu obtenho a vitória
Dessa eleição,
Quem definirá isso não são votos
Depositados
Em rótulo.
É a minha própria campanha.
É a minha corrida sem pódio.

E o meu palácio do planalto
É uma choupana.
Não é um barraco armado.
É uma barraca armada
Sob um edredom,
Ou sobre uma segunda tez.
Ou ao ar livre,
Ao sol, à brisa,
Ao som.
À poesia.
A poesia, meu discurso.

Não um discurso barato,
Discursado em chiados
De um reles rato.

É um discurso de graça.
Quem sabe um dia publicado.
Quem sabe devorado por leitores
Ávidos.
Ou somente pelas traças que adoram
Os livros.
Os discursos que não foram lidos.

Esse discurso já está em páginas...
Difícil é demarcar seus capítulos.
Difícil definir uma capa
Para esse discurso de graça.

E a minha elite
É povo que não desiste.

A minha burguesia não usa
Uma pseudo-grife
Chamada preconceito.
Eles são cobertos por um mesmo manto
Chamado respeito.

O meu terno e gravata
É a tez e alma nuas.
E a minha estrada
São as crateras da lua.

E no meu regime,
É condenada à forca
A bruta força.

O meu leito,
O meu pleito,
Tudo isso se confunde
No que se diz peito.


- Júlia S.



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