Se quiseres algo queimar,
Que queime.
Se houver vontade, queimai um cigarro.
Se houver força de vontade,
Queimai o maço.
Queimai defeitos.
Queimai calorias.
Queimai o perfeito.
Queimai as mentiras.
Queimai o desrespeito.
Queimai não por queimar.
Queimai porque como diria Lavoisier,
Nada se cria, nada se perde
Tudo se transforma.
E que venha a queima
De uma reação química.
Queimai a pena.
Para que das cinzas voe a solidariedade.
Queimai a lenha,
Se entre tanto calor,
Houver um pedido de que venha.
De que queime a dor.
E no amor vale tudo.
Com a chama de dois amantes,
Há os segredos trancados nas
Portas dos fundos para se queimar.
E que queime.
Queimai.
Queimai energia
Ao redor de uma fogueira
De São João.
E em qualquer outra confraternização,
Acenda o fogo,
Ligai o fogão,
Mas só tenha cuidado
Para não queimar o feijão.
E não tenhas medo
De queimar a mão.
Queimai o papelão.
Para refazer o papel.
Queimai em forma de brilho
Outra reação química no céu.
Queimando no ano-novo,
Mas não queimando o novo.
Evapore as lágrimas,
queimando a tristeza.
Queimai dinheiro (?),
Queimai o frio.
Mas por favor!
Não queimai a natureza.
Não queimai um sujeito,
Sendo ou não mendigo.
Não queimai livros.
E queimai o luxo,
Mas não queimai o lixo.
- Júlia S.
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