domingo, 28 de abril de 2013

Eles vão... Mas ela fica

Cazuza, Renato Russo, Henfil, Betinho, Chico Mário, Caio Fernando Abreu, Freddie Mercury (e ninguém me avisa do meu erro gritante no nome dele), Rock Hudson, Thales Pan Chacon, Lauro Corona, Sandra Bréa, Cláudia Magno, Wagner Bello, Markito, Rodolfo Bottino, Marcelo Ibrahim, Michael Jeter, Michael Callen, Anthony Perkins, Rudolf Nureyev, Gia Carangi, Keith Haring, Arthur Ashe, Isaac Asimov, Michel Foucault, Nkosi Johnson...

Pelo menos, até quando viverá Zackie Achmat entre tantos
Outros?
Outros que não se dão como perdidos,
Ou outros que se (des)contentam com o agonizo.



E ainda não se sabe o porquê de odiar a AIDS?
Por que travar guerra contra o HIV?
Guerra na qual, vale dizer,
Em sentido literal,
Que é matar ou morrer.

Dizem que vão os anéis,
E ficam os dedos.
Neste caso, dedos entre outros membros
São mutilados.
Não apenas vão.
E então fica aquele anel
Que carrega em seu falso brilhante
O veneno,
Seu falso mel.

Pessoas que amargam (ou já é tarde) sob a escuridão
Desse sofrimento,
E ao mesmo tempo sob a luz do conhecimento.

Até quando essa escuridão vai apagar a luz?
Até quando vai apagar vidas?

Vidas que poderiam ser célebres, 
Mas outras tantas que nem tivemos notícia
De tal estado.

Aquele indivíduo que sequer po(ô)de ser medicado.

Aquele ou aquela...
Homossexual, heterossexual, bissexual, transexual...
Aquele que usa drogas
Ou simplesmente não usou preservativo.
Aquele que foi preservado no primeiro encontro,
Mas não se preservou em qualquer outro.
Aquele que se preservou até o casamento.
Mas o outro conjugado, não preservou aos dois.
Antes tivesse separado.
Antes tivesse preservado.

Neste caso, o tempo não é perdido.
Talvez até fora aproveitado.
Mas pior que isso,
O tempo é dado.

Aquele que viveu pouco,
E talvez esse teria sido o seu negativo destino
Após o exame positivo.
Mas que poderia ter vivido,
Não apenas sobrevivido.

Gente que carrega essa sina, mas ainda sim vive bem,
E quiça ainda terá 
Muito vivido.
Mas poderia viver melhor,
Sem preconceito e sem mito.

Mas o maior prejudicado pelo mito
Não é o já infectado,
E sim aquele sério candidato.

- Júlia S.


 Triste ver um ídolo, antes tão vivo, ou qualquer um querido assim? Pior é perder, e resta apenas a saudade como souvenir; algum legado que não terá fim.

                     

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