Eis o Sol,
Aquele que assim como nós,
Não pede para nascer.
Mas do contrário,
Privilegiado, não luta
Para viver.
E tampouco reluta
Para não morrer.
Aquele que como nós,
Também tem seu ego,
E pede para aparecer.
Só não faz questão de parecer.
Só não quer o que lhe cabe ter.
Só quer ser.
Só Sol.
Eis o Sol,
Que ao contrário
De nós, reles mortais,
Não tem que se alarmar,
Com atitudes imorais.
Só tem que amar,
E não perde tempo,
Com minúcias banais.
Eis o Sol,
Que abraça o Solar, Lunar Sistema,
Mas será que aprova o Terráqueo Sistema?
Ele faz seu sistema.
O Universo, ele contempla.
Eis o Sol,
Que beija a Terra
E enamora a Lua.
Que despe a verdade crua
E que veste a infelicidade nua.
Eis o Sol,
Solar,
Não pode ser lunar.
Mas é lunático.
Jamais perderia esse
Direito fantástico.
Eis a flor no Sol,
A flor do Sol,
A flor sob o Sol,
O aflorar do Sol.
E o murchar, para depois
Mais uma vez desabrochar.
Enquanto usurpamos do seu pólen,
E em troca,
Mais vida espalhar.
Eis o espírito de
Uma época de verão
Aquecendo por dentro,
Mesmo quando os membros
Congelados estão.
Eis o Sol,
Aquele alvora para todos,
Só não veem os tolos.
Aqueles que estão acomodados sob
Uma sombra qualquer.
O Sol só não é
Para quem não o conhece.
Quem acha que pode possui-lo,
Na verdade não o quer.
O Sol nos faz derreter em suor,
Mas não em lágrimas.
Porque o Sol acredita
No expirar, no inspirar, no pirar...
Mas jamais em se resguardar nas lástimas.
O Sol nos bronzeia,
E o inverso faz com a cabeleira.
Porque gosta do miscigenado.
Tipo, racional + emocional
Nossa mente clareia,
É o ponto crucial.
O Sol não liga para corpos sujos,
Diria lambuzados
Gosta de corações limpos
E espíritos lavados.
E na nossa alma,
O Sol resolve por,
Qualquer cor que for.
Algo semelhante ao amor,
Divergente da dor.
É a alvorada.
Ou chame de aurora.
É o sol se por.
É agora
Ou outrora.
É o ninho do pássaro,
É o pé de amora,
São as águas de março.
É a gente.
Filhos do Sol,
Mas não livres.
Irmãos da natureza,
Mas não simples.
- Júlia S.
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