terça-feira, 30 de abril de 2013

Somos

Somos filhos do capitalismo.
Mas podemos ser mais,
Somos o país.
Somos como nossos pais.

Podemos ser os pais
Do socialismo.
Podemos ser a paz no seu comunismo.
Podemos ser o que se faz,
O altruísmo.

Podemos ser irmãos,
De mesmo sangue ou não,
Mas que deram em suor e lágrimas seu sangue,
(que já fora usurpado),
E se dão as mãos.

Deixaremos herança,
Mas somos deserdados.
Cortaremos o que não precisa
Ser hereditário.

Não precisamos ser bastardos,
Da nossa mãe, da nossa nação.
Não precisamos obedecer aos padrastos,
E comer o lixo que nos dão enlatados.
E nem ter fome do luxo que nos cospem mascados.

Somos de todos os tempos.
Temos todo o tempo.
Não tememos o passado.
Incomodemos com o presente.
Vivemos em função do futuro.
Queremos preencher tantos furos.

Não somos de se submeter a essa violência doméstica.
Nem usar suas propostas drogas sintéticas.
E tampouco encenar em suas tragédias patéticas.

Nascemos de uma fria chocadeira.
Não morreremos numa fria com a sociedade inteira.

Não fazemos a merda,
Nos perguntamos: que merda ou porra é essa?
Mas ainda assim nela nos lambuzamos.
E nessa não gozamos.

Não estamos em cartaz,
Mas somos belos.
Não nos acharão em jornais,
Mas não somos cegos.

Não pregamos nossas ideias
Em murais,
Pois não temos pregos.

Somos de sabotagem.
Mas não somos espiões.
Não somos censura,
Mas não somos libertinagem.

Somos soldados dentro de casa,
Em escolas, universidades, trampos,
Ou nas ruas.
Sem tabu.
Não somos a maldade,
Mas somos crus.
Mais que ela, estamos nus.

Não somos puros.
E não é culpa disso
Se estamos sujos.
Estamos de um lado,
Mas não temos muro.

Temos receio de um quarto obscuro,
Mas não medo de o acendermos
E abrirmos um cômodo (desacomodado)
Para o mundo.

Somos luz,
Nós somos anos.

Somos Jesus,
Somos Madalenas.

Somos um, 
Somos tantos.

- Júlia S.






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