segunda-feira, 29 de abril de 2013

Em Terra Brasilis

Dizem que em terra de cego, quem tem olho é rei.
Então, por que nesse Kaos Brasilis, quem mais enxerga não é rei?
Aquele que talvez não detesta, mas contesta, e poderia fazer a lei.
Aquele que vai andando na linha, mas é contrário às entrelinhas.
Aquele que lamenta pelo estado (e pelo Estado) de bobo da corte da plebe,
Aquela plebe que acha que está por cima por não ser escravo,
Mas pouco percebe que se escraviza, 
Se tratando de um medíocre vassalo.
Aquela plebe que superioriza 
O indivíduo claro,
E não a claridade de ideias e fatos.
E tampouco percebe que esses (des)nobres são mais perigosos que reles esnobes.
Que em suas próprias pilhérias carregam
Discriminação,
Criminalização,
Alienação,
Manipulação,
Dominação,
Inferiorização,
Diferenciação.
Corrupção.

Em Kaos Brasilis, quem vê não fala.
Quiça alguém o coage e o cala.
Ninguém reage, e para.
Quem ouve, não escuta.
Quem se indigna, dá e passa,
Mas não luta.
Quem é rei, sua plebe chuta.
A nobreza os olhos dos bobos da corte fura,
E assim vai indo,
Numa violência direta ou indiretamente bruta.

Mais que uma violência simbólica,
Uma violência marcada.
Uma violência que já se tornou lógica.
Uma violência que insistem em mentir que é passada.

Em Terra Brasilis,
Plebeus são bobos da corte.
E o rei pode ter olhos,
Mas não tem coração;
De uma maneira coletiva e social,
Não tem visão.
O rei é aquele que cega.
E vai para o escanteio a verdadeira alma nobre,
Aquele que realmente enxerga.

Em Terra Brasilis, não é rei,
Nem nobre,
O povo de sua terra.

- Júlia S.






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